02
set

Axie Infinity, Roblox: lições para marcas se conectarem às novas gerações

Como aproximar os consumidores da minha marca? Eis a pergunta que vale 1 milhão de dólares. Cada dia que passa, o fator mais importante para qualquer empresa, com certeza, é entender qual a melhor forma para chegar até o seu público alvo, descobrir onde está a atenção dele e investir em oferecer uma experiência incrível. Assim, o que fica claro é que, a grande moeda de troca hoje é a atenção das pessoas. E, para muitas marcas, isso parece ainda mais complicado quando nos deparamos com as novas gerações que estão com o poder de escolha na palma da mão. Literalmente na palma da mão!

O mundo online é o universo dos consumidores de agora e tudo está lá, no celular. As redes sociais, os gostos, os vídeos, as marcas. Tudo gera dados e informação. Para vencer esse jogo, é fundamental ter a capacidade de entender onde as pessoas colocam a sua atenção, e assim, estruturar uma maneira de entregar conteúdo para que elas conquistem ou tenham o que desejam alcançar. Mas, como fazer isso? Como compreender o que cada cliente espera e deseja?

Bom, um ótimo caminho para entender o seu consumidor é saber que a diferença entre as gerações impacta diretamente em suas preferências. Por exemplo, enquanto os Baby Boomers – nascidos entre 1946 e 1964 – tem um consumo mais passivo, os Zenials – nascidos entre 1997 e 2010 – por outro lado, querem ter mais voz. De acordo com uma pesquisa da Sparks & Honey, 60% da geração Z afirma que quer causar algum impacto no mundo. Ou seja, há uma diferença enorme entre as preferências de cada geração e se antes sabíamos muito bem como nos comunicarmos com nossos consumidores, hoje por outro lado, há uma gama imensa de possibilidades nunca exploradas.

Até pouco tempo atrás era impossível acreditar que um influencer teria tanto impacto na decisão de compra. Entretanto, atualmente, não existe nenhuma marca que não invista em ações com esses creators. Até porque, ignorar essa estratégia, principalmente aqui no Brasil, não é nada inteligente. Os influenciadores brasileiros tem uma comunidade bem fiel e muito poder de endossar a escolha de um produto ou serviço. 

Assim as marcas, não só têm utilizado as redes desses influencers como um canal para se comunicar com o público, mas também, já compreenderam que a co-criação tem uma força imensa. Como vimos no case da Anitta com a Beats e com o próprio Nubank, onde agora faz parte do Conselho Administrativo. Para além disso, grandes ícones e celebridades também têm aproveitado a sua grande influência para criar marcas próprias como o Gin, do Ryan Reynolds; o George Clooney, com a sua tequila; e o McGregor, que recentemente vendeu a sua marca de Whisky por 130 milhões de euros. Nesse sentido, essas DNVBs, ou marcas nativas digitais, têm muito a nos ensinar sobre a experiência do cliente porque acumulam dados, aprendem e se relacionam com o consumidor em tempo real, e portanto aprendem muito mais rápido que uma empresa de varejo tradicional.

Além disso, as marcas que quiserem ter sucesso hoje e em um futuro muito próximo, precisam ter em mente que esses novos clientes entendem não só a forma de se relacionar e consumir de uma maneira diferente, mas também o que é consumido. A Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) por exemplo, já chegou completamente conectada e imersa no digital. Assim, para eles é muito fácil entender o conceito de pagar por um objeto não palpável, como uma NFT, por exemplo.

Prova disto, é o sucesso do Axie Infinity, um game baseado na tecnologia NFT, uma abreviação para “Non-Fungible Tokens”, ou tokens infungíveis. O jogo nada mais é que uma batalha entre monstros, que são NFTs, e são vendidos por mais de 200 dólares. Quando jogam diariamente, os competidores são remunerados com pelo menos 100 SLPs (Smooth Love Potion), um tipo de criptomoeda que vale hoje por volta de R$1,45 a unidade. Ou seja, tudo acontece dentro de uma realidade paralela, em que as pessoas compram algo pela internet, e não “recebem” em casa. E está tudo bem! As novas gerações entendem esse conceito de que para se ter alguma coisa não necessariamente é preciso tê-la em mãos.

Parece doido, né? É o futuro acontecendo aqui e agora, bem na nossa frente! E se para algumas pessoas, principalmente as com mais de 30, isso é coisa de filme de ficção científica, para os Zenials, já faz parte do seu dia a dia. É normal para eles viverem em diversas realidades, aqui, no Roblox, no Fortnite, e por aí vai.  Então, porque não pensar que essas outras existências também podem ser um canal para nos comunicarmos com eles?

Muitas marcas já entenderam a importância de se atualizar, mas algumas ainda estão paradas acreditando que estamos falando de futuro. E o que fica de toda essa análise? Que precisamos conhecer as características de cada uma dessas gerações. Mas, mais do que isso, entender que não podemos oferecer o mesmo serviço ou produto, com a mesma abordagem para a geração X e Z. Os hábitos de consumo são outros!

O fato é que estamos bem no meio de uma transformação imensa do que era importante para o que ainda vai ser, as diferenças são muitas, e estão cada vez mais claras. Não que já não estivesse, mas tudo isso só escancara aquilo que por vezes algumas empresas preferem passar por cima: de que mesmo tendo um produto/serviço que atenda diversas  gerações, é preciso que a gente tenha jogo de cintura para entender que só conseguiremos alcançar cada uma delas se buscarmos uma comunicação diferente. 

Por isso, é preciso ter em mente que: aquele arroz com feijão, que até não muito tempo atrás estávamos acostumados a fazer, não vai funcionar agora. Até porque, mesmo com todas as distinções entre cada uma delas, existe um ponto em comum entre elas: todos querem ter experiências imbatíveis. As pessoas querem ser ouvidas e valorizadas, e isso só será possível colocando o cliente, independente de sua idade, no centro do seu negócio. O seu público é o motor propulsor que vai fazer a sua empresa alçar voos cada vez mais altos. Mas, e você está preparado para esse futuro tão presente?

Sobre o Rapha Avellar

Rapha Avellar é um empreendedor em série e fundador da Adventures, primeira Brandtech da América Latina e uma das mais promissoras startups do país, que está criando o maior ecossistema de marcas nativas digitais das Américas

Fonte

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