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Com mudança de nome, Facebook aposta tudo no Metaverso

O Facebook está cheio de problemas mundanos. A empresa passa por uma crise após informações internas vazadas pela ex-funcionária Frances Haugen, que apontam que foi priorizada a competição e crescimento em detrimento do bem estar de usuários. Além disso, está na mira de reguladores americanos e vê o mercado de publicidade, seu principal filão, passando por dificuldades em meio a novas regras de privacidade de empresas como a Apple.

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Apesar disso, o foco da empresa está em outra realidade. Nos últimos meses, o Facebook tem batido na tecla do Multiverso, uma nova realidade virtual que deve permitir que pessoas se conectem a um mesmo universo tecnológico e tenham relações interpessoais que vão além das telas que usamos atualmente.

Novos detalhes dessa rede foram apresentados na Facebook Connect, uma conferência virtual da companhia nesta quinta-feira, 28.

“Comer no Metaverso vai parecer que você está na mesma sala com alguém, ao invés de olhar para um grid em uma tela”, disse Mark Zuckerberg em anúncio. “Telas não conseguem contemplar a interação entre as pessoas”.

Zuckerberg apresentou uma série de interações que poderão acontecer nesse novo universo, como after parties depois de um show presencial, games e esportes como boxe ou basquete, e até interações de trabalho, permitindo facilitar reuniões e integrar trabalho remoto e híbrido.

“Estou otimista sobre trabalho no Metaverso. Muitos migraram para um modelo remoto no último ano e meio, mas o híbrido vai ser complexo, então dar as ferramentas para que todos possam estar presentes não importa onde estejam vai ser transformador”, disse o CEO.

Para garantir que há pessoas trabalhando para criar e desenvolver a tecnologia que dará sentido ao Metaverso, o Facebook anunciou um investimento de 150 milhões de dólares em um fundo de educação para ajudar a formar uma nova geração de programadores e designers, além de introduzir certificação oficial do Facebook em Spark AR, a plataforma de realidade aumentada do Facebook que permite a criação de filtros.

A ideia é ajudar profissionais que estariam interessados na tecnologia a encontrar bons empregos e desenvolver a plataforma ao mesmo tempo. A empresa anunciou que tem atualmente mais de 600.000 desenvolvedores em AR e pretende aumentar esses números, facilitando o acesso de criadores de conteúdo a ferramentas de realidade aumentada.

A aposta no Metaverso é tão grande que o Facebook anunciou durante a Connect que está oficialmente mudando de nome e passará a se chamar Meta. As redes sociais manterão o mesmo nome que já têm.

Zuckerberg tocou ainda em outros pontos interessantes do conceito, como a possibilidade de acesso a programas e jogos em diversas lojas — uma cutucada ao modelo de empresas como Apple, em que aplicativos só podem ser adquiridos pelas lojas oficiais. O executivo falou também sobre privacidade e segurança (área ainda cheia de dúvidas) e até propriedade de avatares, peças de obra de arte digital e NFTs.

Embora o Facebook trabalhe com realidade virtual e aumentada há muitos anos, em empresas como Oculus, a companhia conquistou a confiança de comunidades importantes como das criptomoedas e blockchain ao anunciar a entrada no Metaverso.

O executivo deixou claro no anúncio desta quinta que pretende permitir que propriedade no Metaverso fique nas mãos de usuários e não de plataformas e isso daria abertura às NFTs de obras de arte que chamaram tanta atenção leilões milionários em 2021.

Para muitos, Zuckerberg é o fundador remanescente no comando das gigantes de tecnologia. Google, Amazon, Apple e Microsoft hoje são comandadas por funcionários de carreira, que fizeram história na construção dessas companhias. Essa posição daria a Zuckerberg a personalidade de fundador, de buscar inovações e implementações futuristas.

Por esse motivo, a rede social — que tenta deixar essa alcunha específica para trás — vem investindo nos últimos anos em tecnologia que irá facilitar a interação com um universo digital. Além dos óculos de realidade virtual, o Facebook financia outras tecnologias, como uma pulseira para interação com realidade aumentada, anunciada no ano passado.

A ideia é desenvolver maior liberdade de movimento em um ambiente digital e permitir deixar as telas para trás, com equipamentos que possam transpor a pessoa para outra realidade.

Ainda estamos há alguns anos dessa realidade e de um Metaverso absolutamente interativo, mas, segundo Zuckerberg, é um novo mundo que começa a tomar forma, onde ele e sua empresa querem estar presentes.

 

Fonte

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