‘Há demanda e o mercado está aquecido’, diz diretor da American Airlines
Não foram apenas os turistas brasileiros que gostaram da abertura de fronteira nos Estados Unidos: a American Airlines antecipou para novembro os voos que estavam previstos somente para 2022. E, com isso, a companhia aérea chegará a até 38 frequências semanais em dezembro – incluindo rotas sazonais, como Rio de Janeiro a Nova York, e novas saídas diárias à América do Norte.
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“Nós temos 16 voos semanais entre Brasil e EUA, além de sermos os únicos com trajeto desde o Rio de Janeiro. Claro que já existia alguma previsão de retomar as frequências em dezembro e março do ano que vem, mas há demanda reprimida e o mercado está aquecido. Então, posso dizer que não foi algo que estava programado”, diz Alexandre Cavalcanti, diretor de vendas da empresa.
Como resultado das mudanças, a American Airlines dobrará a capacidade de assentos em dezembro quando comparado ao mesmo mês de 2020. Mas vale lembrar que, apesar das restrições de entrada nos Estados Unidos, a companhia não deixou de operar rotas brasileiras – por conta de clientes com dupla cidadania, por exemplo – e até reabriu a sala VIP de São Paulo em abril de 2020.
“Mesmo durante a crise, diziam que havia demanda reprimida. E pudemos comprovar isso em duas situações: primeiro, tivemos um erro de sistema que deixou a tarifa muito abaixo do normal; depois, houve má-interpretação dos clientes em relação a uma nota do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Os aumentos nas vendas foram instantâneos”, diz.
Essa retomada só não voltou totalmente ao normal por conta dos gargalos na emissão dos vistos, já que o serviço consular norte-americano está com filas de até um ano, dependendo da situação. Mas Cavalcanti acredita que a situação será regularizada nos próximos meses, à medida que os processos forem realizados, já que foram contratados novos funcionários para suprir a demanda.
“Não dá para dizer que essa questão [dos vistos] não nos afeta, mas é difícil saber quanto. Por outro lado, o dólar valorizado, por exemplo, não nos preocupa. Porque o patamar atual pode mudar o tipo de consumo dos brasileiros em viagens, como padrão do hotel ou tipo de compras feitas no exterior, mas não faz repensar a viagem que estava programa. Pior seria ter oscilações”, afirma.
Caso as previsões do diretor de vendas se concretizem – e os brasileiros mantenham o entusiasmo –, o nosso mercado poderá retomar o papel de importância (e volume) que tinha para a companhia no pré-pandemia. Nos últimos meses, enquanto o Brasil perdeu frequências por conta da pandemia, os países do Caribe se tornaram os destinos internacionais da American Airlines na região.
“Sabemos que a estabilização será gradativa, porque precisa incluir o nicho corporativo. É o pedaço que falta no quebra-cabeça. Mas já vemos bons sinais de retomada, principalmente pelas empresas brasileiras, que devem voltar com viagens corporativas antes das grandes globais. Então, veremos o primeiro impacto positivo no próximo ano, mais ainda falta a parcela mais global”, diz.
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