A estratégia simples da Nike que ajudou Steve Jobs a salvar a Apple
Em 1997, quando Steve Jobs voltou ao comando da Apple, companhia fundada por ele havia duas décadas, a situação por ali estava longe de ser promissora.
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A empresa havia perdido para a Microsoft a corrida pelos microcomputadores pessoais. Com dívidas elevadas e o risco de fechar as portas, boa parte do mercado de tecnologia via a Apple como negócio ultrapassado.
Um ponto de virada importante na história da empresa, hoje uma gigante avaliada pelo mercado em 2,3 trilhões de dólares, foi uma comparação feita por Jobs durante um encontro com funcionários da companhia em 1997.
Relembrado pelo colunista Jason Aten, da revista americana de empreendedorismo Inc.com, o discurso de Jobs serve de lição a todo empreendedor às voltas com dúvidas sobre como posicionar um produto ou serviço diante do mercado.
Na reunião com funcionários, Jobs reforçou a necessidade de transformar de novo a Apple numa marca valiosa. O tema era uma verdadeira obscessão para ele, que costumava acompanhar propagandas de empresas desejadas pelo mercado naquele momento. Uma delas era a fabricante de artigos esportivos Nike.
No relato de Aten, Jobs falou o seguinte aos funcionários da Apple:
Jobs usou várias palavras para descrever o que Aten resume em duas — “Sem produtos” — como sendo a estratégia de marketing da Apple dali para grente.
Ou seja, em vez de ficar falando das qualidades técnicas dos produtos da Apple, a lição aprendida por Jobs com os comerciais da Nike é a de apostar num marketing calcado em ideias de um futuro melhor e mais desejável para os potenciais consumidores.
Para Aten, as palavras de Jobs foram aspiracionais. A partir dali, a companhia investiu no slogan Think Different (Pense Diferente) e em campanhas publicitárias associando a marca a figuras visionárias em suas áreas de atuação, como Mahatma Ghandi, Muhammad Ali, Martin Luther King Jr, Einstein e Richard Branson.
Segundo o colunista da Inc.com, a campanha publicitária transformou a Apple de uma fabricante de computadores beges sem-graça numa companhia capaz de lançar o iMac, modelo icônico na virada dos anos 2000 pelo design inovador, com CPU e teclados embutidos numa peça só fabricada em cores berrantes como laranja e violeta.
Anos mais tarde, a empresa viria mudar radicalmente a maneira de consumir música, com os iPods, e de fazer a interação digital, com os iPhones. Tudo isso a partir de uma estratégia de posicionamento de marca básica, porém poderosa, inspirada na Nike.
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