Americanas cria centros de distribuição e reforça entrega em até meia hora
Foco em entregas ultrarrápidas de produtos de conveniência como alimentos, bebida e higiene em até 30 minutos, três novos centros de distribuições até dezembro e um segundo escritório na China são algumas das estratégias que a Americanas S.A. adotou para as vendas de fim de ano, que começam com a temporada da Black Friday.
A briga no varejo, agora, é para produto chegar à casa do cliente em horas e não mais em dias. Essa também é a estratégia de varejistas como Magalu e Amazon.
A empresa vai entregar neste ano, por meio de parceiros, produtos maiores, como televisões e geladeiras, nas favelas que atende no Rio e em São Paulo. E quer fechar o ano com 200 das 2.300 lojas já em formatos novos que integram as vendas on-line e físicas.
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As ações sintetizam a tática que a empresa vem desenhando desde que uniu as operações da B2W (a plataforma on-line) e Lojas Americanas, em junho, e são uma prévia dos planos da companhia para o ano que vem.
Em sua primeira entrevista desde a união do grupo, o diretor de Relação com Investidores da Americanas S.A., Raoni Lapagesse, reforça que a prioridade agora é de entregas cada vez mais rápidas, especialmente, aquelas focadas nos itens de conveniência.
A disputa pela última milha, jargão usado no varejo para a última etapa no processo de entrega de uma mercadoria, agora se dará em questão de minutos. A competição no segmento de vendas on-line ganhou fôlego na pandemia, quando o brasileiro incorporou as compras pela internet ao cotidiano.
Como parte desta estratégia, a Americanas S.A. adquiriu a start-up capixaba Shipp, que faz entregas de alimentos e conveniência em até meia hora. Hoje, 15% das vendas da Americanas S.A. são feitas em até três horas e mais da metade, em menos de 24 horas.
— Temos metas agressivas. Alguns itens, como bebidas e alimentos, têm de ser entregues em menos de uma hora. Queremos crescer muito este modelo — diz o executivo.
Também para o fim do ano, a empresa vai começar a fazer entrega de produtos maiores, como geladeiras, fogão e televisores nas favelas que atende hoje: Rocinha e Vila Cruzeiro, no Rio, e Paraisópolis, Heliópolis e Cidade Júlia, em São Paulo. A etapa final da entrega é feita por 150 entregadores. São moradores das comunidades, através da parceria com a start-up de logística Favela Brasil Xpress e a ONG G10 Favelas.
Escritório na china
Para tornar sustentável a operação desta malha logística, a companhia abriu dois centros de distribuição (CDs) no primeiro semestre, no Rio e em Minas Gerais. Em outubro, foi aberto um em Curitiba (PR). Até o fim do ano, há planos de um Bahia e outro no Pará.
Lapagesse explica que os centros são essenciais para reduzir o custo do frete e agilizar as entregas. Estudo da empresa mostra que 80% dos clientes que compram on-line estão a uma média de cinco quilômetros de distância de uma unidade física.
Outra estratégia que a empresa está adotando é que as lojas também sirvam como minicentros de distribuição. Elas funcionam como base para retirada de pedidos de compras on-line da companhia. Das 2.300 lojas, até o fim do ano, 200 devem estar funcionando nesse modelo.
— A loja passa ter papel não só de venda. Isso ganhou relevância na pandemia. Se você estoca na loja perto do cliente, reduz pela metade o custo do frete — destaca o empresário.
A Americanas S.A. vai abrir um segundo escritório na China, desta vez na cidade de Shenzhen, próximo a Hong Kong até o fim do ano para aumentar a importação de produtos.
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