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Por que a Vibra, ex-BR Distribuidora, pagará R$ 3,25 bi por 50% da Comerc

A Vibra, novo nome da ex-BR Distribuidora (BRDT3), confirmou por meio de fato relevante na noite de sexta-feira, dia 8, que fechou contrato de aquisição de até 50% da Comerc Energia por 3,25 bilhões de reais. O negócio levará a companhia de comercialização de energia, uma das maiores do país, a interromper e desistir da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

Uma parte do pagamento da operação se dará por meio da emissão de 2 bilhões de reais em debêntures conversíveis em ações ordinárias de emissão da Comerc, a serem subscritas (adquiridas) pela Vibra. Essas ações vão representar 30% da comercializadora de energia.

A outra parte do acordo envolve a opção de adquirir, dos sócios da Comerc, até 20% de ações ordinárias, ao preço de 1,25 bilhão de reais. A depender do atingimento de determinadas métricas de desempenho de longo prazo e da implantação de capacidades adicionais às previstas em seu plano de negócios, os sócios poderão receber, futuramente, a uma parcela complementar a título de “earnout”.

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O negócio representa um passo relevante da Vibra para deixar de ser uma distribuidora de combustíveis e lubrificantes, ainda que a líder do mercado nacional, e se tornar uma companhia de energia, com fontes de receitas diversificadas e menos dependentes de combustíveis fósseis. A estratégia tem sido conduzida pelo CEO da Vibra, Wilson Ferreira Jr., que assumiu o cargo em março.

O executivo, que esteve anteriormente no comando da Eletrobras (ELET3, ELET6) entre 2016 e 2021, é um dos principais nomes do setor elétrico nacional, com gestão elogiada e marcada pela entrega de resultados também à frente da CPFL Energia (CPFE3) entre 2002 e 2016, entre outras empresas relevantes. Desde que assumiu, as ações da Vibra (ex-BR) acumulam alta de cerca de 15%.

Em agosto, a Vibra anunciou uma joint venture com a Copersucar para a distribuição de etanol produzido pela companhia.

Segundo o fato relevante da Vibra, as debêntures terão prazo de vencimento de quatro anos, sendo conversíveis em ações ordinárias até 28 de fevereiro de 2022. O exercício da opção de compra dos 20% remanescentes deverá se dar de maneira concomitante com a conversão das debêntures, situação em que a Vibra atingirá até 50% de participação na Comerc.

“O negócio representa mais um passo no reposicionamento da Vibra para se tornar uma empresa de energia, privilegiando a transição energética e rumo a uma economia de baixo carbono. A associação está alinhada ao planejamento estratégico da companhia pois permite agregar competências complementares em uma plataforma integrada de energia, preparada para fornecer soluções para clientes finais com potencial e capacidade financeira para ser uma das mais relevantes empresas de energia do Brasil”, afirmou a distribuidora.

Ainda no fato relevante, a Vibra destaca que a Comerc é “uma das principais comercializadoras de energia do Brasil”, atuando na comercialização, na gestão de energia para consumidores livres, geradores e pequenas distribuidoras, em soluções de eficiência energética, baterias e plataformas de informação e tecnologia”.

Os recursos que seriam captados no IPO da Comerc tinham como destino seis projetos de energia solar e dois eólicos. Além disso, 11% do total iria para investimentos em geração distribuída na área de concessão da Cemig (CMIG4), a empresa de energia elétrica do Estado de Minas Gerais.

A Comerc tem 16% do chamado mercado livre de energia, com 1.200 clientes, e presta serviços para grupos como Ambev (ABEV3), BRF (BRFS3), Whirlpool e Klabin (KLBN11).

(Com Estadão Conteúdo)

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